08/10/2020
Citricultura se consolida como modelo de preservação ambiental
Canal Rural - Como a produção de laranja no Estado de São Paulo conseguiu adotar um modelo produtivo que permite reduzir áreas de produção, aumentar reservas de mata protegida e ainda assim elevar sua produtividade em 210%
A
citricultura
paulista, que em 2019 foi uma das principais culturas geradoras de
emprego do Estado de São Paulo, com 46,7 mil admissões segundo dados do
CAGED, também tem se mostrado um verdadeiro patrimônio ambiental. Um
levantamento feito pelo Funde
Citrus,
centro de pesquisa que reúne produtores e indústria, mostra que nos
últimos 30 anos o setor reduziu sua área produtiva em 40%, passando de
631 mil hectares em 1988 para 376 mil hectares na atual safra. No mesmo
período, a produtividade passou de 13,75 toneladas por hectare para uma
média de 42,64 toneladas de
laranja por hectare, um salto de 210%. “Nos últimos anos a
citricultura
tem evoluído com uso de tecnologias e sistemas de plantio mais
eficientes, o que permitiu aumentar a produção, utilizando menos
recursos naturais”, explica o diretor-executivo da
CitrusBR, Ibiapaba Netto.
Com uma produção mais eficiente, o setor conseguiu garantir uma produção em harmonia com a biodiversidade. Dados do Funde
Citrus, cruzados com informações do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e do IBGE, mostram que na safra 2019/2020 as propriedades com
Citrus somavam 181.750 hectares de mata nativa. Considerando que a área plantada total de
laranjas é de 459.058 hectares, para cada 2,52 hectares plantados com
Citrus, 1 hectares é ocupado com área de floresta.
Outro aspecto que mostra a sustentabilidade do setor é a produção
consorciada com mel. Nos últimos 10 anos, a produção de mel nas áreas de
laranja do Estado de São Paulo cresceu
136%. Com uso de tecnologias e aplicação racional de defensivos
químicos, o mel produzido nessa área corresponde atualmente a 84% da
produção paulista do produto.
O cuidado com a natureza não tirou a competividade da cadeia produtiva.
Na última safra o volume produzido foi de 376 mil caixas de
laranja de 40,8kg, de acordo com o Funde
Citrus. Isso representa um crescimento de produção de 80% ante as 213 milhões de caixas produzidas em 1988. “A
citricultura
paulista hoje possui um modelo sustentável que permite conciliar a
proteção ao meio ambiente com a produção em alta escala que permite o
Brasil responder por 31% da produção mundial de
laranja , 58% da produção mundial de suco de
laranja e 74% do comércio internacional de suco de
laranja”, ressalta Netto